Até Temer discute importação de café

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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nessa quarta-feira (1/2) ao Valor que a decisão sobre a importação de café robusta foi adiada mais uma vez e ficará para a próxima terça-feira, dia 7. Segundo ele, o assunto chegou até o presidente Michel Temer, que determinou que fosse feita mais uma tentativa de consenso com lideranças políticas e do setor produtivo do Espírito Santo, maior produtor de café conilon (variedade que pertence à mesma família do robusta) no país.

Havia inicialmente a expectativa de que Blairo Maggi apresentasse uma decisão sobre o pedido da indústria torrefadora e de solúvel entre segunda e terça-feira. “Ontem (segunda-feira) estive com o presidente da República, e ele me chamou para falar sobre café. Expliquei toda a situação e ele me pediu para fazer mais uma reunião com o pessoal do Espírito Santo”, disse Maggi, referindo-se às lideranças políticas e do setor produtivo.

“Nossa posição é de flexibilização [pró-importação]. Mas vou aguardar até terça-feira para conversar com as lideranças do Espírito Santo e tentar ajustar uma saída que seja comum”, acrescentou o ministro. Como mostrou o Valor, o Ministério da Agricultura já tomou a decisão técnica de encaminhar, dentro do governo, a autorização para que o Brasil libere pela primeira vez na história importações de café robusta. Mas o martelo só será batido por Maggi, que voltou à rotina da Pasta ontem, após uma viagem de 15 dias em missão comercial a Europa e EUA.

O ministério tende a recomendar novamente à Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, que autorize as importações brasileiras de café. A decisão preliminar do Ministério da Agricultura se baseia em levantamento da Conab, que apontou baixo volume dos estoques privados de café conilon no país – de 2,14 milhões de sacas.

O plano é permitir a importação de até 1 milhão de sacas de café robusta pelo prazo de quatro meses (entre fevereiro e maio), atendendo solicitação das indústrias de café solúvel e torrado, que enfrentam escassez de café conilon no mercado em decorrência da quebra de safra do Espírito Santo, em decorrência da seca.

A grande pressão contrária à importação por parte de parlamentares da bancada capixaba no Congresso e de entidades de cafeicultores, como o Conselho Nacional do Café (CNC) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), tem levado o ministério a adiar a decisão final.

Fonte: Valor Econômico (Por Cristiano Zaia)

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