Até os grandes produtores já importam café do Brasil

Imprimir

Alguns dos principais concorrentes do Brasil na produção mundial de café estão vindo ao país se abastecer da commodity. No ano passado, por exemplo, quatro dos cinco maiores produtores, depois do Brasil, importaram café brasileiro.

Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Vietnã (2º), Indonésia (3º), Colômbia (4º) e Índia (6º) importaram juntos 136,2 mil sacas, 17% mais que 2009. Entre os grandes produtores globais de café, o único que não importou do Brasil em 2009 e 2010 foi a Etiópia, quinto maior produtor mundial.

Por enquanto, nos dois primeiros meses de 2011, Colômbia e Indonésia são, entre os maiores produtores globais, os países que já importaram café brasileiro. Juntos, os dois compraram quase 20 mil sacas, praticamente o mesmo volume do mesmo período do ano passado.

Só a Indonésia importou 18 mil sacas. Como grande produtor e exportador, a Indonésia vendeu em janeiro 345 mil sacas a outros países, conforme dados da Organização Internacional do Café (OIC), mas também importou, apenas do Brasil, 8,1 mil sacas. No caso da Colômbia, a presença brasileira é menor. O país latino importou 320 sacas em janeiro, porém, exportou 847,8 mil no período.

"O fato de grandes produtores mundiais estarem importando café do Brasil é um sinal de que os problemas de produção que praticamente todos eles sofreram é um pouco mais grave do que se imaginava", diz Guilherme Braga, diretor geral do Cecafé.

Ele lembra que a produção colombiana ainda não se recuperou totalmente da quebra sofrida em 2008 e que as chuvas que atingiram os países asiáticos no fim do ano passado prejudicaram o fornecimento da região. Nesse cenário, as exportações brasileiras seguem um ritmo acelerado.

Em fevereiro, os embarques nacionais somaram 2,66 milhões de sacas, volume 17,6% superior ao mesmo período do ano passado. "Esse é um volume alto para um mês de fevereiro, pois estamos praticamente na entressafra. A expectativa agora é que a disponibilidade diminua, o que manterá os preços firmes", diz Braga.

Se os volumes surpreendem, a receita com os embarques se destaca ainda mais. Impulsionadas pela valorização dos preços, as vendas externas renderam ao Brasil no mês passado US$ 606,15 milhões, 70,5% mais que em fevereiro de 2010.

Ontem, contudo, os preços em Nova York tiveram forte queda, após três altas consecutivas. Os contratos para maio fecharam a US$ 2,8055 por libra-peso, queda de 1.430 pontos ou 4,85%.

Fonte: AgnoCafe

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *