Associações de cafeicultores do Triângulo e Alto Paranaíba relatam prejuízos com geada

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O fim de semana de temperaturas atípicas, que chegaram a – 0,1°C na região, foi de prejuízo para os produtores de café do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Ao G1, as associações que representam as principais cidades produtoras confirmaram os danos, que podem refletir na safra de 2020.

Segundo o produtor e presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), Frederico Elias, as temperaturas tão baixas não eram esperadas pelo setor.

“Recebemos hoje inúmeras queixas dos produtores associados. O prejuízo foi grande, principalmente para as plantações próxima a baixadas e perto de córregos”, afirmou.

Elias disse que ainda não é possível mensurar o tamanho das áreas afetadas e o prejuízo financeiro, mas adiantou que os danos podem refletir na próxima safra. “A geada queima a planta e o café literalmente morre. Já é um problema para 2020”.

O presidente da Acarpa acrescentou que não há como os produtores se protegerem destes eventuais danos. “O que pode ser feito é evitar plantar em áreas com histórico de geadas. Mas, depois de muito tempo sem frio, o comportamento acaba voltando”, explicou.

Para o engenheiro agrônomo Luiz Donizete Ferreira, representante da Associação dos Cafeicultores da Região de Monte Carmelo (Amoca), muitas das fazendas da região registraram problemas com geadas neste fim de semana. “Não esperávamos isso. Agora, é necessário contabilizar os prejuízos para a safra do próximo ano”, afirmou.

Segundo ele, a associação ainda fará uma inspeção nesta semana para fazer um balanço dos reflexos negativos e das áreas afetadas. “A notícia boa é que foi só este fim de semana e não há previsão para que isso se repita este ano”, acrescentou.

O produtor de café que faz parte da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), Rubens Alexandre Pieroli, disse que o estrago pode ser de 100% para a safra de 2020.

“Em Indianópolis o prejuízo foi maior. Acredito que pegou toda região. O que evitou maiores danos foi que as geadas foram pulverizadas e não atingiram todas as plantações”, disse.

Pieroli contou, ainda, que a fazenda dele não foi atingida, mas que outros produtores não tiveram a mesma sorte. “Os relatos chegam a todo momento. Muitos estão lamentando”, completou.

Geada registrada em fazenda próxima à Araguari — Foto: Associação Cafeicultores Araguari/Divulgação

Seguro

As geadas inesperadas causam prejuízo direto aos cafeicultores, mas o problema é difícil de ser previsto. Isso porque, segundo eles, não existe tecnologia para evitar os danos.

“Os produtores podem fazer seguro para se ressarcir dos danos. Mas, geralmente, como o custo é muito alto, apenas as grandes empresas conseguem fazer”, disse o presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), Frederico Elias.

Por isso, ele recomenda cuidado na escolha das áreas. “O que a associação pode alertar é para que seja evitado o plantio em locais úmidos, perto de córregos, por exemplo, onde há possibilidade de geadas. O café é muito sensível ao frio”, finalizou.

Frio

O primeiro fim de semana do mês de julho foi de frio intenso nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A previsão do Instituto de Meteorologia (Inmet), de sexta-feira (5), já alertava que as temperaturas mínimas poderiam chegar a 4°C em algumas cidades, como Patrocínio e Patos de Minas.

A cidade mais fria da região foi Ituiutaba, que registrou – 01°C, a menor temperatura em 30 anos. O clima frio é resultado de uma massa de ar polar que chegou ao país na última quarta-feira (3) vinda da Argentina, trazendo ondas de frio e possibilidade de geada em áreas isoladas.

Moradores e produtores rurais registram reflexos após geada no Triângulo e Alto Paranaíba

Fonte: G1 Triângulo e Alto Paranaíba (Por Rodrigo Scapolatempore) e TV Integração

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