Arnaldo Botrel – Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha

CCCMG –  O senhor foi eleito como presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha para a gestão 2010 – 2012. Quais são os seus planos para esse mandato?

ARNALDO – Como é do conhecimento dos companheiros produtores rurais, antes de me candidatar já trabalhava incansavelmente pela classe, sou um dos idealizadores do Movimento SOS Cafeicultura e em conseqüência estive em muitas cidades, como Belo Horizonte, Brasília, sempre com o único objetivo de resolver os interesses do agronegócio e em virtude destes trabalhos resolvi então apresentar o meu nome para Presidente do Sindicato, que é uma Associação em defesa permanente da classe ruralista.
** Tenho como prioridade estar em trabalho intensivo na conquista de novos associados, com o objetivo de fortalecer o nosso Sindicato e assim representá-los para solucionar os problemas e necessidades comuns.
** Reavaliar os preços e a qualidade dos serviços prestados, pois assim teremos condições de diferenciar os pequenos produtores;
** Estar em contato direto com a EMATER, IMA, IEF, IGAM, reivindicando orientações para licença ambiental, outorgas e reservas legais.
** Incentivar a formação de novos líderes rurais através de cursos profissionalizantes;
** Nomear comissões para reivindicar os interesses dos produtores de leite, café, carne, pesca, plantas medicinais, hortifruti e cereais;
** Apoiar e aperfeiçoar a Patrulha Rural;
** Buscar convênios e recursos financeiros nas esferas Municipal, Estadual e Federal para investimento no sindicato.
** Não podemos esquecer que o maior patrimônio do Sindicato é o Parque de Exposições e aquele imóvel não pode ficar parado e deteriorando e vamos através de comissões em parceria com a Prefeitura do Município, CREDIVAR, MINASUL, realizar obras de melhorias;
** Realizar exposições de animais e outros;
** Realizar rodeios profissionais;
** Manter e melhorar os leilões.
É importante registrar que algumas reformas urgentes já começaram no Parque de Exposições, pois o mesmo estava interditado desde o mês de outubro do ano de 2006 e tivemos como prioridade dar entrada no projeto exigido pelo Corpo de Bombeiros para a liberação.

Foto: Marcus Madeira

CCCMG – Como o senhor avalia a força de atuação do Sindicato na região?
ARNALDO – O Sindicato está sempre associado à noção de defesa com justiça de uma determinada coletividade. É uma associação estável e permanente de trabalhadores que se unem a partir da constatação de problemas e necessidades comuns.
Mas é necessário que o produtor rural conscientize que é necessária a sua participação se associando para melhor representá-lo, pois somos sabedores que o Sindicato é uma grande força existente em seu Município, no Estado e no Brasil é através dele que conseguiremos chegar às autoridades e sermos ouvidos.

CCCMG – Para os cafeicultores há alguns projetos em vista?

ARNALDO – Como já citei, é necessário que organizemos comissões com pessoas desprendidas e com vontade de trabalhar para conseguirmos os nossos objetivos e que possamos ser tratados com respeito e dignidade que merecemos, e de sobre maneira continuar apoiando o movimento SOS Cafeicultura, bem como a Carta de Varginha, documento este elaborado por ocasião do evento que sem dúvida é uma esperança para o cafeicultor, e ainda, participar em associações que defendem a cafeicultura, como por exemplo, SINCAL, ASSUL, e todo e qualquer projeto que beneficie o cafeicultor.

CCCMG – Na sua opinião, quais medidas poderiam ser tomadas pelo poder público e pelos próprios trabalhadores no agronegócio café para melhorias de preço, qualidade e condições de mercado?

ARNALDO – ** Gestão do Fundo de Defesa da Cafeicultura (FUNCAFÉ): estes recursos deviam ser administrados diretamente pelo setor de produção em parceria com a exportação e torrefação.
** Projeto para erradicação de café com pagamento direto ao produtor e opção para pagamento com desconto nas dívidas do FUNCAFÉ.
** Participação incondicional do setor da produção junto a CONAB, para diretrizes de normas e principalmente fixação de preço mínimo oficial.
** Desburocratização e simplificação das leis trabalhistas rurais, fazendo com que as mesmas sejam adequadas à realidade da cafeicultura nacional e também outras atividades agropecuárias.
** Indexar valores de mercado de café em geral pela BMF e não Nova York ou Londres.
** Fortalecer os sindicatos classistas para que as reivindicações tenham um peso positivo.
** Marketing, investimento maciço no âmbito municipal, cooperativas de consumo/crédito, estadual e principalmente federal. Basta simplesmente não sermos orgulhosos e acompanharmos o marketing do café da Colômbia. 

CCCMG – A CONAB e CNC divergem sobre a previsão de safra para 2010. O senhor acredita que a safra deste ano pode ser realmente uma safra recorde?

ARNALDO – Não. Sem qualquer sombra de dúvida, as lavouras de um modo geral estão desnutridas e tiveram floradas espaçadas e com péssimo "pegamento", ou seja, não vingaram. Porém as lavouras apresentam aparência boa devido ao bom clima, inclusive chuvas com fartura nos últimos dois anos. Em resumo, a previsão da ONC será mais correta.

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