Aquecimento global é tema de palestra na Conferência Mundial do Café

Imprimir

O pesquisador e coordenador de estudos sobre mudanças climáticas da Embrapa Informática Agropecuária, Eduardo Delgado Assad, realizou palestra no dia 28 de fevereiro na Conferência Mundial do Café, realizada no último fim de semana na cidade da Guatemala. O tema da palestra de Assad foi Mudanças Climáticas e Produção de Café: vulnerabilidade e possível adaptação.

O pesquisador tratou, em sua palestra das conclusões de um estudo feito por especialistas em zoneamento climático da Embrapa e da Universidade de Campinas – Unicamp sobre os efeitos do aquecimento global nas culturas agrícolas. A partir de dois possíveis cenários, um prevendo o aumento de temperatura variando entre 2ºC a 5,4ºC, e outro um pouco mais otimista, prevendo o aumento entre 1,4ºC e 3,8ºC, a pesquisa estudou os impactos em várias culturas agrícolas, como o algodão, arroz, café, cana-de-açúcar, feijão, girassol, mandioca, milho e soja. Os cenários foram montados para os anos de 2010, 2020, 2050 e 2070 tomando-se como base o Zoneamento de Riscos Climáticos de 2007 e o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Conforme a pesquisa, aumento de temperatura poderá provocar uma alteração profunda na geografia da produção agrícola no Brasil, acarretando na migração de plantas para regiões que hoje não são de sua ocorrência em busca de condições climáticas melhores. No caso do café arábica, cultivado principalmente na Região Sudeste do País, sua produção terá que se adaptar ao novo clima nessas regiões ou irá migrar para latitudes maiores, como a região mais ao sul do Brasil.

Para Eduardo Assad, porém, as soluções para a adaptação do café ao clima mais quente já estão sendo buscadas pela pesquisa. Os estudos em melhoramento genético poderão criar cultivares mais robustas e capazes de suportar temperaturas mais altas. Além disso, pesquisas na área de manejo, como o sombreamento do cafezal com frutas ou espécies madeireiras, poderão possibilitar a permanência do café em regiões onde ele está adaptado atualmente.

Fonte: Embrapa

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *