A qualidade do café antes, durante e pós-colheita para os produtores do ATeG

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O técnico Lucas ensinando o produtor Wladinir a ver o brix do seu café

Nos 16 grupos de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEMG/SENAR/INAES em Passos os produtores já estão preparados para a colheita do café seja ela manual ou mecanizada. Depois de meses de trabalho e cuidado com a planta, chega enfim o momento de começar o trabalho. Etapa crucial na atividade que pode ser o diferencial ou a ruína do produtor.

“Até esse momento, realizamos em campo todo o acompanhamento de manejo nutricional, de controle de pragas e doenças, buscando alternativas viáveis e efetivas para os produtores, com o compromisso de trabalhar com o que é melhor para a atividade, para que haja mais lucratividade e perpetuidade da atividade”, ressalta o técnico do ATeG Lucas Paulino Silva dos Santos.

Como na bienalidade da cultura, 2021 será de baixa produtividade, também em decorrência da seca, a previsão é que a queda na safra desse ano pode chegar a 40,7% conforme dados da Emater. Segundo o supervisor Rodrigo de Almeida, as consequências da estiagem são notadas mesmo nas lavouras bem cuidadas. “O acompanhamento técnico melhora a força das lavouras e elas sentem menos a seca, mas a falta da água prejudica todos”.

Com o início da colheita, prevista para maio na maioria dos grupos de ATeG, a preocupação com a qualidade fica mais evidente, uma vez que agrega valor ao produto e aumentam as oportunidades do mercado valorizar mais. “Não podemos esquecer que ano após ano a exigência quanto a qualidade tem sido cada vez maior. Devendo se atentar a vários detalhes, pois muitas vezes você pode estar produzindo um café bom, mas não é um café muito bom, e isso se determina em diversos detalhes durante e após a colheita”, disse o técnico Lucas Paulino.

Qualidade

Lucas ressalta que com o advento dos cafés especiais, tem se visto uma dimensão se abrir no horizonte cafeeiro, mostrando o quanto o café não é só café, é algo muito maior, é complexo, universal e heterogêneo. “Primeiramente, além dos temas já comumente falados, a classificação física, “a cata” do café, e também a análise da granulometria, as peneiras, devemos entender a complexidade que é o perfil sensorial, ou seja, a “prova” do café na xícara, sendo cada café um café diferente”.

Para se chegar a essa qualidade buscada pelo público, o técnico orienta os produtores com técnicas específicas. “Utilizamos o mapeamento de qualidade, onde se realiza uma amostragem de frutos maduros, que atingem primeiramente o ponto de maturação. Secamos esses separadamente, talhão a talhão, ou em talhões muitos grandes sugerindo que se divida conforme a realidade do local e oscilação de microclimas. Realizamos a avaliação sensorial, amostra por amostra, e observamos os potenciais dos talhões. O trabalho é focado nos locais que apresente qualidade satisfatória. O trabalho e o custo a mais é destinado para conservar a qualidade daquele talhão”, observa Lucas.

Com o planejamento em mãos, busca-se colher a menor porcentagem de frutos verdes e a maior porcentagem de frutos maduros, lembrando de manter equilíbrio diante dessa porcentagem. Com a colheita realizada, a separação de lotes e a rastreabilidade deles, com cuidado e cautela garantem a qualidade final do produto.

“Muitas vezes se fala em rastreabilidade e sempre se realiza somente a separação e anotação de todo processo. A união dos lotes acaba não sendo feita seguindo critérios rigorosos. Esse ponto pode provocar erros e, também, uma possível perca. Ressaltando que dificilmente o produtor conseguirá fazer 100% dos seus cafés, ter uma qualidade muito acima”.

Lucas ainda ressalta que é primordial pensar e trabalhar em cada detalhe, pois para agregar valor no seu produto e fazer cafés especiais que sejam produtos com grandes diferenciais é necessário focar e agir de forma localizada e com os pés no chão.

Prêmios

O reconhecimento desse trabalho é realizado anualmente pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES através do Cupping ATeG café, que está na sua quarta edição, e premia os cafés de maior qualidade em todo Estado, além de estimular a venda de lotes com valores diferenciados para o produtor.

Em 2021 o Sistema também premiou 21 pessoas entre Produtores, técnicos e supervisores do Programa em todo Estado. A premiação Destaques ATeG Café marcou o encerramento do ciclo de quatro anos dos pioneiros do ATeG em Minas Gerais.

Fonte: Assessoria de Comunicação Senar Minas – Regional Passos (Por Denise Bueno)